É inconteste sua posição única de “pai” dos Orixás.
Lembá, Kassulembá, Lambaranganga, Lembadilè, Oulissa, Oulisasa, Obatalá, Orìsànlá, Orixalá muitos são seus nomes, cuja variação mais uma vez, se dá em virtude da região na África que é conhecido.
Mais importante e elevado deus iorubá, o primeiro criado por Olodumaré (O Deus supremo), é um orixá funfún (do branco).
Muitas são sua lendas e extensa é sua origem e história na África, matéria destinada aos estudiosos e mais aprofundados na religião. Sendo os mais cultuados no Brasil, Oxalufon "o velho" e Oxaguian "o moço" na sua forma "guerreira" de Oxalá que carrega uma espada, cheio de vigor e nobreza, seu templo principal é em Ejigbo, onde ostenta o título de Eléèjìgbó, rei de Ejigbo. Na condição de velho e sábio, curvado ao peso dos anos, figura nobre e bondosa, carrega uma cajado em que se apoia, o Opaxoro, cajado de forte simbologia, utilizado para separação do Orun e o Ayié. No Brasil é o mais venerável e o mais venerado, sua cor é o branco, seu dia a Sexta-feira, motivo pelo qual os candomblecistas em geral usam roupa branca na Sexta-feira e na virada do ano, num claro respeito e devoção a Oxalá. Sua maior festa é uma cerimônia chamada "Águas de Oxalá" que diz respeito a sua lenda dos sete anos de encarceramento, culminando com a cerimônia do "Pilão de Oxaguian", para festejar a volta do pai. Esse respeito advém da sua condição delegada por Olorun, da criação e governo da humanidade.
Lavagem do Bonfim
Maior festa popular de Salvador que antecede o Carnaval, a Lavagem do Bonfim será realizada no próximo dia 15 (quinta-feira), mantendo uma tradição que vem desde a inauguração da igreja, em 1754. Foi nesse ano que a imagem de Cristo, trazida pelo oficial Teodósio Rodrigues de Faria, foi levada, seguida de um grande cortejo, da Igreja da Penha ao templo construído especialmente no bairro do Bonfim.
O hábito de lavar e perfumar sua escadaria surgiu por causa de uma ordem dos integrantes da Irmandade da Igreja do Bonfim, que ordenavam que os escravos fizessem uma grande faxina no templo, preparando-o para os festejos solenes do segundo domingo após o Dia de Reis.
A lavagem começa bem cedo com o toque da alvorada, quando os participantes se concentram em frente à Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, no bairro do Comércio. O cortejo com mais de 500 baianas vestidas de branco (cor de Oxalá, divindade do candomblé) abre a festa, acompanhado por devotos, moradores e turistas, percorrendo um trajeto de 8 quilômetros, indo até a colina onde está situada a igreja, conhecida como a Colina Sagrada. Neste local, as baianas lavam e enxugam as escadarias e o adro, cantando louvores a Oxalá e o tradicional hino do Senhor do Bonfim.
Para completar a comemoração popular, no Largo do Bonfim, Ribeira e Mont Serrat são instaladas barracas de comidas típicas e bebidas. Responsável pela organização da festa, juntamente com a Irmandade do Senhor do Bonfim, a Prefeitura montou uma infra-estrutura que envolve ordenamento do tráfego (interditado na área do cortejo), instalação de sanitários químicos, sistema de iluminação, licenciamento das barracas e postos de saúde.
Fitas do Bonfim
Conhecidas também como "medida", é inevitável passar por Salvador e não sair com várias fitinhas do Senhor do Bonfim. A fita tem o tamanho padrão de 63 e apareceu pela primeira vez em 1809, representando o comprimento entre as chaga do peito à mão esquerda do Senhor do Bonfim. Segundo a tradição, é preciso dar três nós em cada fita, e assim, simultaneamente, fazer três pedidos. Quando ela rasgar, o pedido será atendido.
Origem do culto
Durante uma tempestade, o navio do capitão de mar-e-guerra, Teodósio Rodrigues de Faria, ficou sem rumo e ele rogou ao Senhor do Bonfim que o salvasse. Em pagamento da graça alcançada, encomendou uma imagem do santo em cedro, medindo 1,06 metro de altura, cópia do crucificado da Igreja de Setúbal.
Em 1745 teve início a construção de uma capela na colina de Mont Serrat. Nove anos depois, foi inaugurada a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim. Em 1804, o capitão conseguiu do Papa Pio VII a instituição da devoção ao Senhor do Bonfim, no segundo domingo após a festa de Reis. Ainda no final do século XIX, a Arquidiocese de Salvador proibiu a lavagem no interior do templo, que permanece fechado durante a festa.